Dona Galinha

dezembro 30, 2007

As férias

Privados da companhia duma avó que se se teve de dividir com outros netos que moram longe acampámos dias 24 e 25 em casa da outra.
Os miúdos, tal como eu, adoram o Natal. Gostam do ambiente criado, da expectativa, dos abre-e-fecha constantes da porta da avó onde os amigos tocam, entram, trocam votos e doces.
A ceia de Natal é especial. A avó aquece a casa e faz bacalhau a nadar (em azeite) no forno com batatas e os legumes à parte. Nos doces somos esquisitos. O pai alinha pelo arroz doce e pelas fatias douradas. A mãe pelos doces de ovos (broas, castanhas, fios, etc). O M. vai à bola com os sonhos e a M. come de tudo.
A Missa do Galo é indispensável. Os miúdos gostam daquela pausa, o sair de casa 'a meio da noite', com frio lá fora e encasacados até às orelhas. Gostam de entrar na igreja quase às escuras, das boas vindas do Pe. Duarte, do acender da luz, das crianças a entrarem com os sininhos a tocar a com a figura do menino. Gostam de cantar, gostam de ir ver o presépio 'da igreja da avó' no fim. Estão habituados e sentem-se como peixe na água.
Também é bom voltar para casa, para o quentinho, onde se comem mais umas coisas e se abrem as tão esperadas prendas.
Natal é família, é conversa, é brincadeiras, é ir para a cama tarde.
Voltados para casa no dia 25 soube-nos bem ficar o resto da semana em casa com lareiras de manhã à noite. Brincámos, descansámos, dormimos, vimos filmes.
A melhor anedota deste ano foi termos começado a ver o "Música no Coração" comigo a ler as legendas (os miúdos nunca tinham visto o filme e adoraram). Quando eles 'perceberam' que o filme 'tinha músicas' além de ler as legendas também tive de passar a cantá-las! O pai fugiu da sala mas eles 'obrigaram-me a fazê-lo até ao fim.
Acho que nunca mais encararei a Música no Coração sem me rir...
Acharam muita graça à parte em que eles se vestem 'com os cortinados'. Identificaram-se com o facto de se irem todos enfiar na cama da Maria quando trovejou. Invejaram o teatrinho de fantoches. Recearam pela família com a cena da abadia e riram-se com 'os pecados' das freiras. Feitas as contas acho que quem mais gozou fui mesmo eu que, embora tenha quase ficado rouca, os tive encostadinhos a mim aquele tempo todo.
;)



The hills are alive with the sound of music
With songs they have sung for a thousand years
The hills fill my heart with the sound of music
My heart wants to sing every song it hears

Etiquetas: ,

dezembro 27, 2007

Prendas

A M. andava desejosa de começar a perder os dentitos de leite. Na véspera de Natal, no carro, a caminho da consoada em casa da avó teve a sua primeira prenda.
Do banco da frente, e com um ar sério, eu mandei-os calar porque quando eles 'embalam' nas conversas tontas parece que têm as pilhas com a carga toda. Gozões como são olham logo um para o outro a ver quem explode primeiro com as risadas. A M. tem a mania de enfiar o indicador direito na boca e prendê-lo suavemente entre os dentes como que a fingir uma expressão de medo (mas onde é que os miúdos aprendem isto?!) e assim deve ter feito. O M. desatou a rir, ela não e eu voltei-me para ver o que se passava... no meio da palhaçada, ao morder o dedo tinha perdido o dente que já abanava há muito.
Antes de sair do carro ainda tivemos de andar de rabo-para-o-ar à procura dele...

Etiquetas:

dezembro 19, 2007

Escola

A M. adaptou-se muito bem à escola. Está no mesmo agrupamento mas não está na mesma do irmão, está a cerca de 4km, na localidade 'do lado' que foi onde teve vaga. Como era condicional é das mais novinhas (senão 'a mais') e ganhou direito ao diminutivo 'inha' no seu nome.

Tem acompanhado muito bem as actividades, sem problemas de integração e acho mesmo que 'faz a vida negra' aos meninos que, no recreio, se metem com ela. Coitados. Não conhecem a lei da sobrevivência e não sabem que ela anda no karaté e que tem um mano mais velho. É a escola da vida...

Está a aprender pelo método João de Deus (que eu prefiro ao global...) tal como o irmão e a interiorização tem sido gradual e consistente. A ordem por que está a aprender as letras é sensivelmente a mesma. Primeiro 'despachou' as vogais (i-u-o-a-e) e seguiram-se as consoantes p-t-l-d-c-v-d-t-m. O primeiro período ficou por aqui.

É muito aplicada e muito persistente nas tarefas. A sua primeira preocupação, ao chegar da casa, é sempre 'fazer os trabalhos'. É engraçado porque eu sinto-a muito mais imatura que o irmão, já que quando entrou na escola ele tinha 6 anos e 9 meses e ela ainda não tinha os 6 anos feitos mas, ao mesmo tempo, sinto-a muito mais responsável. Ainda não consigo fazer os jogos de palavras que fazia com ele mas, ao contrário dele (que me dizia '-Mãe, se já trabalhei toda a manhã na escola porque é que quando chego a casa ainda tenho de ir trabalhar mais?!) ela acaba os trabalhos e ainda gosta de ficar a pintar um ror de tempo.
A avaliação descritiva do primeiro período deixou a mãe Galinha muito babada:
A M. é uma aluna empenhada nas suas tarefas e que tem acompanhado o ritmo normal de trabalho. É perspicaz, criativa e perfeita na organização dos seus trabalhos.

Etiquetas: